segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

UM SOPRO DE VIDA





"É tão bom ser pequenino
Ter Pai. ter Mãe, ter Avós.
Ter esperança no destino
E ter quem goste de nós."


Descobri esta esta velha fotografia, com perto de 70 anos no baú das minhas memórias.
Nela está o meu Pai com os 3 filhos. A Lena de cabelos pretos, a Milucha franzina... e eu sentado ao colo dele. Ao olhar para ela, deixei-me invadir por uma saudade imensa. Senti-me reportado para um passado longínquo que já não volta mais. 
O meu Pai, Homem bom,  já partiu. A Milucha, minha companheira de aventuras, também. Este é um daqueles momentos de um frio tão cortante, tão vazio, de um insuperável sentimento de perda, que me assombra.
Tantos anos se passaram e agora, no Outono da vida, velho e cansado, penso que a perda é o lado da vida que se não pode negociar. É o momento em que aprendemos, incondicionalmente, que nenhum poder temos sobre as coisas que alguma vez pensávamos controlar. 
Afinal, pelo terrível triunfo da partida, pela mágoa da ausência, pelos sonhos que se não cumpriram e, se alguma coisa pode servir de lenitivo, ao olhar para estas pessoas e para este tempo, é sentir que sim, pelo menos uma vez, por ter partilhado estas vidas,  confesso que fui feliz!